Imagine abrir o armário e encontrar aquela calça cargo do colégio, o moletom de plush que era seu xodó e, no bolso da bolsa baguete, um gloss com glitter. Essa cena poderia ser de 2003… Mas também pode ser de 2025. Com o lançamento da continuação de “Uma Sexta-Feira Ainda Mais Louca”, o universo Y2K ganhou novo fôlego. Ele marcou o final dos anos 90 e início dos anos 2000 e agora retorna com força.
Não é só sobre cinema mas também sobre como essa estética, cheia de cor, brilho e referências pop, voltou a dominar as ruas, as passarelas e as redes sociais. O revival atravessa as gerações. Enquanto os Millennials revivem lembranças da adolescência, a Geração Z descobre um mundo novo que mistura ironia, ousadia e estilo.
Como a nostalgia se tornou tendência moderna?
A nostalgia não é novidade na cultura pop. Dos anos 80 revisitados em “Stranger Things” à febre dos vinis, revisitar o passado é algo que o entretenimento adora. Mas o Y2K é especial. Ele une a memória afetiva analógica e o início da vida digital.
Nos anos 2000, a internet ainda engatinhava para o público geral. Os celulares eram simples e redes como Orkut e MSN moldavam o início da nossa comunicação online. Ao mesmo tempo, a moda era livre, divertida e até exagerada. A globalização estava acelerando, mas ainda não tínhamos a uniformidade que as redes sociais trazem hoje.
Essa mistura cria um apelo único. Para os Millennials, é o reencontro com um período pré-smartphone, mais espontâneo e menos “filtrado”. Já para a Geração Z, é a descoberta de um “passado recente” cheio de estética ousada, mas adaptada aos valores atuais de diversidade e autenticidade.
O TikTok é o grande catalisador dessa moda. A hashtag #Y2K já passa dos 21 bilhões de visualizações. Há desde tutoriais de penteados com presilhas de borboleta até recriações de looks usados por Britney Spears, Paris Hilton e Avril Lavigne.
Revivals e remakes que aquecem o coração
Hollywood percebeu que este é o momento perfeito para trazer de volta histórias e visuais que marcaram época. Nos últimos anos, vimos “Meninas Malvadas” ganhar um remake musical e rumores de sequência para “O Diário da Princesa”. Até “As Branquelas” voltou aos trending topics quando vídeos recriaram suas cenas icônicas.
A continuação de “Uma Sexta-Feira Ainda Mais Louca” se encaixa nessa onda. Ele combina o humor caótico da trama original com referências atualizadas. O filme de 2003, estrelado por Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, já era um ícone de estilo e situações absurdas típicas das comédias adolescentes. Agora, a nova versão mantém o espírito mas insere elementos que dialogam com o público jovem de hoje.

A produção aposta no “fan service”. Figurinos remetem diretamente à estética Y2K, músicas que marcaram a época estão na trilha, e pequenas piadas internas fazem quem viu o original sorrir. É um aceno carinhoso para quem cresceu com o filme e um convite para quem o conhece agora.
Moda: muito glitter, cintura baixa e atitude
Nenhum revival Y2K estaria completo sem falar de moda. E aqui, a palavra é ousadia! Nos anos 2000, o mix de tendências era intenso. Cintura baixa, tops com strass, minissaias plissadas, calças cargo, jeans claros e bolsas baguete eram presença certa nas escolas e nos clipes da MTV. O brilho não era só permitido, era quase obrigatório.

No remake, esses elementos estão por toda parte, mas com um toque atualizado. Tecidos sustentáveis, modelagens confortáveis e combinações que conversam com o streetwear atual dominam as telas. É a estética da época, mas sem as regras rígidas de “corpo perfeito” que predominavam antes. Hoje, um look Y2K pode ser uma calça cargo com cropped metalizado ou um conjunto de plush com tênis chunky. A ideia é brincar com as peças e usar a moda como expressão.
Cinema: a máquina do tempo mais estilosa

Filmes transportam o público para outras épocas. No caso do Y2K, isso vem com uma carga visual marcante. Produções como “O Diário da Princesa”, “De Repente 30” e “As Panteras” funcionavam como catálogos de moda e comportamento.
O remake mantém essa tradição. É praticamente um “museu vivo” da estética anos 2000. Há referências em pôsteres, figurinos e na decoração das cenas. Quem viveu a época vai reconhecer e sorrir.
Essa viagem no tempo também provoca reflexões. Como mudamos desde então? Quais valores ficaram e quais evoluíram? E como adaptar o que era problemático para uma narrativa mais inclusiva?
Música: da MTV para o seu Reels
Se a moda é a vitrine, a música é a trilha sonora. A virada dos anos 2000 foi marcada por diversidade musical: o pop de Britney Spears e NSYNC, o rock de Avril Lavigne e Linkin Park e o R&B de Destiny’s Child e Usher.
Neste novo capítulo com Lohan e Curtis, a trilha mistura clássicos com músicas atuais que carregam a influência da época. É uma combinação perfeita para criar a sensação de estar no passado e no presente ao mesmo tempo. No TikTok, sons Y2K embalam trends de danças, tutoriais de maquiagem e recriações de momentos icônicos. Essa reciclagem cultural mantém viva a sonoridade da época.

Geração Z e Millennials: dois mundos, um mesmo hype
O encontro dessas gerações dá força ao revival. Para os Millennials, revisitar o Y2K é abrir uma caixa de fotos antigas. Para a Geração Z, é um playground de referências para remixar com humor e criatividade.
O que poderia ser moda passageira se tornou diálogo entre experiências. Os Millennials trazem a memória afetiva, enquanto a Geração Z adiciona ironia e diversidade. Essa ponte se vê nas redes sociais. Um vídeo recriando cena de “High School Musical” pode viralizar tanto entre quem assistiu no Disney Channel em 2006 quanto entre quem conheceu pelo streaming anos depois.

Nostalgia fashion no seu dia a dia
O retorno do Y2K, impulsionado por “Uma Sexta-Feira Ainda Mais Louca”, não é sobre viver preso ao passado. É sobre usar a memória como inspiração. Talvez você não queira um look completo dos anos 2000. Mas um acessório, uma peça de roupa ou uma playlist já podem trazer o clima da época. É uma forma divertida de se conectar com o que fomos e com o que podemos ser.
O revival atual não é apenas estético. Ele carrega novos valores. A moda é mais inclusiva, o cinema tem mais representatividade e a música é mais acessível com o streaming. O resultado é um Y2K com brilho e mais espaço para todos brilharem juntos.
O Y2K está de volta e, com ele, a chance de reviver o melhor do passado com um toque de presente. Salve o filme na sua lista, prepare seu look anos 2000 e compartilhe no feed. Moda e cultura são mais divertidas quando vivemos juntos.
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