Há trabalhos que chegam como um vento quente vindo do litoral, carregando história, ancestralidade e a certeza de que a música se mantém viva apesar das marés. “Deu Reggae”, o primeiro álbum da carreira de João Beydoun, é exatamente esse tipo de obra. Se estabelece um encontro significativo entre o presente artístico do cantor e a herança de um nome que marcou (e segue marcando) a trilha do reggae no Brasil.
Filho de Fauzi Beydoun, o lendário vocalista da banda Tribo de Jah, João transforma seu debut em um rito de passagem. Ele afirma suas raízes profundas sem deixar de apontar para o futuro do gênero. O trabalho já está disponível nas plataformas digitais!
O som sincero e a herança do reggae roots
Primeiramente, a produção de “Deu Reggae” ficou sob a responsabilidade de Thiago “JahBass”, um nome respeitado na cena musical e conhecido por criar trabalhos que reforçam a autenticidade e a pulsação orgânica do reggae. O álbum nasce como uma grande celebração do gênero em sua forma mais ampla, navegando por diversas vertentes, texturas e atmosferas que se entrelaçam.
Além disso, o disco carrega mensagens centrais de fé, espiritualidade, amor e positividade — pilares que moldaram João desde a infância. João Beydoun afirma que “’Deu Reggae’ é um marco na minha caminhada”. Ele explica que colocou no álbum tudo aquilo que o formou como artista: as raízes, a espiritualidade, as mensagens positivas e a vibração do reggae que sempre esteve presente em sua vida. O artista garante que é um disco sincero, feito para tocar tanto aqueles que já amam o reggae quanto quem está apenas chegando.
Colaborações de peso e a passagem de bastão
Ademais, o trabalho mergulha em influências que acompanharam João desde pequeno. O projeto reflete a força do Reggae Roots jamaicano e, igualmente, a riqueza da música brasileira, que atravessa suas melodias, arranjos e composições. O artista constrói uma ponte entre quem já caminha ao lado do reggae há décadas e quem está descobrindo sua vibração pela primeira vez.
“Deu Reggae” se fortalece por meio de suas colaborações, cada uma carregada de significado profundo. Na faixa “Teu Legado”, João divide o microfone com seu próprio pai, Fauzi Beydoun, em uma canção que simboliza a passagem de bastão e o respeito inabalável às raízes da Tribo de Jah.
Outro encontro familiar acontece em “Seja Você”, onde o artista canta com seu irmão, Pedro Beydoun. Em uma música, ambos falam sobre manter a essência mesmo em tempos turbulentos. João considera que nada era mais justo do que chamar seu irmão para levar essa mensagem, visto que eles têm o desafio de carregar sua essência aonde forem.
Estética visual e o farol do reggae brasileiro
Finalmente, o projeto audiovisual do álbum reforça ainda mais a sua força estética. Ao todo, são quatro clipes que estão todos conectados à energia solar, às paisagens naturais e à identidade roots do artista. A faixa-título, por exemplo, ganhou um vídeo gravado no Rio de Janeiro, com cenas na Pedra da Gávea e um clima de liberdade em alto-mar.
Aliás, o clipe de “Bote um Reggae” traz o conceito ousado de um plano sequência. Além disso, revela performance, bastidores e a estética jamaicana em uma única tomada. Os vídeos de “Teu Legado” e “Jah Love”, que já foram lançados, completam a narrativa visual que abraça as diferentes dimensões do álbum. Sob a direção de Johnny Kelvin, os vídeos se tornam uma extensão direta da musicalidade do disco.
Portanto, “Deu Reggae” se estabelece não apenas como um marco inicial na carreira de João Beydoun, mas como um capítulo importante da nova geração que mantém aceso o farol do reggae brasileiro. É um álbum que honra o passado, pulsa no presente e projeta um futuro onde o reggae segue vivo, luminoso e cheio de histórias para contar.
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