Há projetos que chegam como um vento novo entrando pela janela, mudando a temperatura de tudo ao redor. Assim se anuncia “TANTAS FORMAS DE DIZER ADEUS”, o aguardado terceiro álbum de estúdio de Clarissa. O trabalho chega como um rito de passagem e um salto em direção ao que a própria artista chama de seu “pop/rock do futuro”.
Depois de um período de recolhimento, reinvenção e maturação, a cantora carioca, que foi indicada ao Grammy Latino de 2022, emerge com um projeto que traduz a coragem e a clareza do recomeço. O FT ainda teve acesso com exclusividade a algumas letras inéditas do novo álbum!
A nova fase da artista
Antes de mais nada, este projeto marca um ponto de virada emocional e estético para Clarissa. Pela primeira vez em seus quatro anos e meio de carreira, ela teve o tempo como cúmplice, e não como inimigo. Consequentemente, o resultado é um trabalho de 12 faixas que carrega a sensação plena de identidade artística da cantora. Clarissa revela que este é o primeiro álbum que ela conseguiu fazer com “bastante tempo” e cuidado, o que lhe confere a sensação de ser seu “primeiro projeto”.
Agora com este novo momento, no centro desta transformação está a faixa “Coincidentemente (Tirando Certas Coisas)”. A cantora descreve esta canção como a síntese de sua busca atual: um pop rock leve, divertido e despretensioso que busca desafiar clichês do gênero. Essa faixa nasceu da tensão de um amor platônico-impossível-indefinido entre dois amigos.
Detalhes do álbum: Do rock à irreverência lírica
Primordiamente e musicalmente, “TANTAS FORMAS DE DIZER ADEUS” encontra sua bússola na faixa “Eu Fim, Você Início”. É a partir dessa canção que Clarissa costura um universo sonoro que combina texturas analógicas, delicadeza pop e riffs que conversam com a herança do rock, tudo filtrado por uma assinatura própria, mais madura e expansiva. O álbum transita com fluidez entre rock, pop rock, indie pop, indie rock e lo-fi.
Além disso, o projeto incorpora referências diversas que vão da irreverência e psicodelia das letras de Rita Lee a bandas como The Strokes, New Order e até nuances do pop francês. Clarissa buscou uma estética moderna que provoca, seduz e se recusa ao óbvio. Para alcançar essa amplitude sonora, ela contou com um time de produtores que ajudou a esculpir seu futuro musical, incluindo Iuri Rio Branco, Felipe Bade (referido como Bade em algumas composições) e a dupla Pedro Lucas e Enzo Dicarlo.
Deslocamentos e a poesia do recomeço
Enquanto liricamente, o novo álbum se torna a obra mais íntima da cantora, com todas as letras assinadas por Clarissa, funcionando como um verdadeiro diário. O projeto é atravessado por deslocamentos externos e internos. A mudança de Clarissa do Rio de Janeiro para São Paulo ecoa sutilmente nos versos, servindo como um espelho das sensações que acompanham o ato de reconstruir a própria vida. Versos que narram o que significa começar de novo misturam sentimentos de solidão, estranhamento e descoberta.
Frequentemente, a cidade de São Paulo assume o papel de personagem. A faixa “Voltas e Voltas” é um exemplo delicado desse processo, onde a pressa, os círculos infinitos e os encontros que nunca duram são usados como metáfora.

Exclusivo! Os versos que capturam a vulnerabilidade
Em particular, a sonoridade madura do álbum é acompanhada por letras que equilibram a vulnerabilidade e a autoironia, como visto nas canções que a reportagem teve acesso exclusivo. Veja todas as canções e os sentimentos que elas despertam:
“Logo Eu, Uma Garota Inteligente”
Composição: Bade e Clarissa.
“me deixou triste não te encontrar
so vim pra cá pensando em te esbarrar
baby eu não to afim de te prender
você tem medo e não sabe do que
desculpa então pelo inconveniente
e logo eu que
me achava tão inteligente
uma garota inteligente
me liga quando quiser
não vou contar pra ninguém
o teu problema é saber
tarde demais
se eu achar outra pessoa
e for embora amanhã
por favor saiba
não é tarde demais
você me faz tão bem e tão mal
você me quer porque eu sou tão real
você me faz tão bem e tão mal
podemos concordar em discordar
por favor me ajuda a te ajudar
desculpa então pelo inconveniente
é que assim
eu só penso na gente
desculpa então pela perturbação
e logo eu que
me achava tão inteligente
uma garota inteligente
me liga quando quiser
não vou contar pra ninguém
o teu problema é saber
tarde demais
se eu achar outra pessoa
e for embora amanhã
por favor saiba
não é tarde demais
você me faz tão bem e tão mal
você me quer porque eu sou tão real
você me faz tão bem e tão mal
se for o caso me leva agora
me busca logo e não demora não
se for o caso me leva agora”
“Tempestade de Verão”
Composição: Iuri Rio Branco, Clarissa e Filipe Coimbra.
“acho tão bonito o seu jeito de ser
o canto da sua boca não quer me contar
coisas que eu guardei e só falei pra você
e não falei
pra mais ninguém
o vento que arrepia a pele sem avisar
o tanto que eu queria e não sabia dizer
dormir do seu lado entre os seus lençóis
e não saber
de mais ninguém
olhos fechados
não me deixa ver
me espera ali no final?
me prova que foi real?
eletricidade
luz nessa cidade
presa na saudade
de ter vivido uma vez
tempestade de verão
fui feliz nas suas mãos
presa no passado
de ter vivido uma vez
comme une étoile qui manque il soleil, j’ai besoin de toi
me mostra como é me diz o que fazer?
eu sei em algum momento tudo vai passar
e eu prometo juro e peço por favor
caminho cegamente pra onde você for
com olhos fechados
não me deixa ver
me espera ali no final?
me prova que foi real?
eletricidade
luz nessa cidade
presa na saudade
de ter vivido uma vez
tempestade de verão
fui feliz nas suas mãos
presa no passado
de ter vivido uma vez”
“Coincidentemente (Tirando Certas Coisas)”
Composição: Iuri Rio Branco, Clarissa, Filipe Coimbra.
“encontros desconhecidos
meramente digo somos amigos
tons de rosa no seu rosto
diz que sim em tons de mentira e
oposto, mas
certamente não é nada demais
nada demais
coincidentemente
não é nada demais
nada demais
tirando quando é
tirando aquele dia lá trás
tirando a sua roupa
tirando certas coisas que
certamente não são nada demais
nada demais
coincidentemente
não são nada demais
nada demais
te encontrei pelo caminho
perguntei então “como vai indo?”
tons de rosa no seu rosto
diz que vai em tons de mentira e oposto, mas
certamente não é nada demais
nada demais
coincidentemente
não é nada demais
nada demais
tirando quando é
tirando aquele dia
tirando a sua roupa
tirando certas coisas que”
“Sete Vidas”
Composição: Iuri Rio Branco, Clarissa e Filipe Coimbra.
“só porque é verdade
não significa
que eu queira saber
a pressa de correr
e a demora vai te procurar
e você me pergunta ‘por que é que tem que ser assim?’
só porque é verdade não significa que eu queira saber
só mais uma dose
pra te fazer
sentir de novo
só mais uma vez
até te fazer
esquecer
então seus problemas vão
desaparecer
tenho sete vidas pra
fingir que vou viver
só mais
uma vez
só
mais
uma
vez
sempre que eu melhoro você vem aqui
aparecer
sempre que eu me esqueço você vem aqui pra me lembrar
então eu te pergunto o que é
que você quer de mim?
só porque é verdade não significa que eu
queira
saber
só mais uma dose
pra te fazer
sentir de novo
só mais uma vez
até te fazer
esquecer
então seus problemas vão
desaparecer
tenho sete vidas pra
fingir que vou viver
só mais
uma vez
só
mais
uma
vez”
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