O mundo da indústria cinematográfica vive explorando o seu público com continuações fracas, histórias sem motivação alguma, artistas que não atuam convidados para chamar atenção do público e remakes sem necessidade. Nasce Uma Estrela está incluída em dois exemplos citados acima, é a quarta vez que a história ganha um novo filme e temos Lady Gaga como atriz principal. Diante disso, qual a necessidade de mais um filme contando a mesma história? Porque precisávamos de Nasce Uma Estrela em 2018?
Bom, porque temos a Lady Gaga e Bradley Cooper!
Com cheirinho de Oscar, o filme é simplesmente sensacional e emocionante do início ao fim. Além de atualizar a obra e conseguir passar a mesma mensagem dos filmes antigos, ele ainda traz uma ácida crítica a indústria da música também contextualizada aos dias atuais (ou não, visto que, infelizmente, a indústria da música ainda mantém os mesmos problemas de sexualização das cantoras pops). De um lado ele consegue mostrar como mulheres de muito talento podem simplesmente nunca conseguir uma chance de mostrar sua arte porque produtores não acham a imagem dela comercial e do outro vemos como artistas consagrados podem sofrer com a terrível exposição e como eles entram no mundo do vício do álcool para fugir disso e de outros medos.
Aliás, esses dois lados só são explorados porque ambos atores entram fundo na interpretação de seus personagens e não são poucas as vezes que o seu coração vai parecer explodir de emoção e sua roupa vai estar encharcada de LÁGRIMAS. Gaga começa quietinha, modesta e envergonhada, mas é quando ela abre a boca para cantar La Vie En Rose de Edith Piaf, que já começam a voar as estatuetas do Oscar na cara dela.
O mesmo acontece com Bradley Cooper, com uma voz rasgada lembrando aqueles velhos cantores bad boys, o seu personagem é um doce de pessoa pedindo por ajuda. Sua interpretação é impecável e traz mais sensibilidade ao personagem, fazendo com que, pela primeira vez na história dos filmes de Nasce uma Estrela, nós possamos nos aproximar mais da velho Rockstar, criando mais empatia e claro, emoção.
Além disso, Bradley também é o diretor desta nova versão e merece mais prêmios ainda, visto que ele consegue equilibrar a emoção na medida certa, criar uma sintonia forte entre o casal desde o seu primeiro encontro e passa mais veracidade na história, fazendo com que o público entre na trama com mais facilidade.
Com isso, Bradley não produziu só mais uma versão de Nasce uma Estrela, mas é possível que tenha criado a melhor versão desde o seu filme original. Por isso, é capaz que vejamos muito sobre os dois e sobre o filme no ano que vem, no Oscar 2019. Além disso, é preciso reiterar o óbvio, a trilha sonora é incrível.
