The Umbrella Academy chegou ao catálogo da Netflix no dia 15 de fevereiro e tem feito muito sucesso. Nela vemos heróis disfuncionais lutando contra os perigos do mundo e as consequências de se ter superpoderes (nós já falamos um pouco sobre esses personagens, clique aqui e leia mais) Mas a série não vem só se destacando apenas por inovar em uma história de heróis, mas também por saber trabalhar com eficiência a sua trilha sonora.
Logo nos primeiros 30 minutos iniciais da série já temos a prova disso. Quando os seis irmãos se encontram e tem aquela famosa “torta de climão”, a música é a primeira coisa que quebra o gelo e os deixa mais relaxados naquela casa cheia de passados dolorosos. Luther (Robert Sheehan) liga a vitrola (que toca discos de vinil), e todos os personagens dançam ao som de “I Think Whe’re Alone Now” da cantora Tiffany, que fez sucesso nos anos 80. Além da letra combinar com o momento que os heróis estão vivendo (traduzindo ao pé da letra: “Eu acho que estamos sozinhos agora”), ali vemos um momento de escapismo onde todos se sentem em casa e se conectam novamente como uma família… É esse é o grande poder da música!
No segundo episódio a música também ajuda a conduzir a história. Mas este molde conhecemos bem, principalmente em filmes como Esquadrão Suicida (clique aqui e assista) ou Guardiões da Galáxia, sucesso absoluto da Marvel. A tal cena é o momento em que o Número Cinco (Aidan Gallagher) entra em uma loja de departamento para resgatar o seu amor e é surpreendido pelos vilões Hazel e Cha-Cha (Cameron Britton e Mary J. Blige). Enquanto a luta acontece, ouvimos Don’t Stop Me Now do Queen, canção que ajuda a cena a ganhar um ritmo e uma dinâmica mais agitada, onde os tiros se misturam com as batidas da bateria e, assim, ganha mais emoção.
Esses dois exemplos se repetem ao longo da série, onde o som é uma grande fuga da realidade dos personagens, assim como é para qualquer pessoa que ama música e se esconde entre fones de ouvido, seja no caminho da escola, trabalho, para estudar, conquistar o crush ou apenas se divertir. Por mais fantasioso que a história de heróis desajustados possa ser, eles utilizam esse tipo de artificio para que nós, o público, nos identifiquemos mais ainda com essas pessoas que torcem para terem uma vida normal como a nossa.
The Umbrella Academy não economiza na seleção de canções bem ecléticas (que vai de Queen até Radiohead) justamente para mostrar que cada um ali tem uma personalidade diferente, além de ajudar a embelezar as cenas de luta, fuga e ação. Esse feito de encaixar a trilha na trama obviamente não é sem querer. Afinal, é uma adaptação de um quadrinho escrito por Gerard Way, ex-vocalista da banda My Chemical Romance, que na série também recebe os créditos de roteirista e de produtor executivo.
Uma curiosidade é que apesar de ter um ex-membro do conceituado grupo emo (que fez muito sucesso em 2009 com a música Welcome To The Black Parede) assinando o roteiro, não há nenhuma canção da banda. Mas Gerard Way não podia deixar de aproveitar o seu talento musical e acabou contribuindo também. Junto com o ex-guitarrista do MCR, Ray Toro, eles gravaram uma versão de “Happy Together” do Turtles , e de “Hazy Shade Of Winter” da dupla Simon & Garfunkel.
Se você também se divertiu assistindo e ouvindo as músicas que embalaram diversos momentos, pode ouvir a trilha sonora completa abaixo, nessa playlist feita pela própria Netflix.