O novo filme do menino lobo, Mogli, chegou à Netflix na última semana e provavelmente você fez a mesma pergunta que a maioria das pessoas: mas não saiu um Live-Action de Mogli outro dia, pela Disney?
Sim, saiu, em 2016 e digamos que não flopou, mas também não foi aquele sucesso, sabe?
Mas voltando para o novo Mogli da Netflix, ele é dirigido pelo Andy Serkis (Sim, aquele ator que ficou famoso por fazer o Gollum de Senhor dos Anéis e o Caesar da nova trilogia de Planeta dos Macacos) e como o de 2016 da Disney, também traz um elenco que chama muita atenção. Temos Benedict Cumberbatch, Christian Bale, Cate Blanchett e o próprio Andy Serkis fazendo capturas de movimentos.
A história é, mais ou menos, aquela que já conhecemos, o menino Mogli perde os seus pais, é salvo por Bagheera e dado aos lobos para ser criado pela alcateia em meio às florestas da Índia. Todos os animais aceitam a ideia de um menino homem viver entre eles, menos o temido tigre Shere Khan, que espera o líder da alcateia ficar velho, para finalmente ir atrás do garoto. O tempo passa e agora, Mogli já mais velho, tem de encarar outros desafios mais perigosos que o Tigre: os humanos.
Só que se você esperar encontrar aquele urso Balu bobinho e várias músicas fofinhas iguais a que marcaram a sua infância na animação clássica, sinto em te decepcionar, não tem música, nem o Balu se esfregando em uma árvore para cair as frutas na sua mão e urso é bem mais assustador do que você esperaria ver na história do menino lobo. O que acontece é que Andy Serkis teve uma ideia bem sagaz e transformou o clássico infantil que conhecemos em algo mais real e, por consequência, mais sombrio. Afinal, são animais!
A fórmula usada é bem conhecida no cinema atual, pegar uma história famosa e trazer um pouco de realidade à ela e, por consequência, mais sanguinária, malvada e todos os efeitos de um humano morar entre os animais. O que poderia ajudar a quebrar a magia de um conto tão conhecido, na verdade traz um ar de renovação e dá mais força para o Mogli, principalmente por discutir algumas questões ambientais como a caça de animais por esporte. Então, se comparado com o último Live-Action da Disney, ele é sim superior, já que não lançou um filme com a história exatamente igual ao do desenho, houve uma inovação.
Mas infelizmente se a história é superior, não podemos dizer o mesmo dos efeitos especiais, o famoso CGI, ele destoa muito da realidade e isso fica bem perceptível quando o ator está contracenando com esse animais computadorizados, principalmente no começo, quando o Mogli ainda é um bebê e não há nenhum controle na atuação de uma criança de meses, que fica olhando para todos os lados, menos para a pantera falando com ele. Isso atrapalha muito, faz o telespectador sair um pouco da história e você só não irá sair totalmente por conta do ótimo elenco que é usado na captura de movimentos.
Outro ponto que pode atrapalhar é que o ritmo da narrativa acelera muito em alguns momentos, deixando as coisas muito confusas por acontecerem rápidas demais e, por efeito, fazendo o público demorar mais para se aproximar pelos personagens. Mas apesar desses contrapontos, Mogli – Entre Dois Mundos, tem um resultado final mais positivo do que negativo, principalmente por surpreender por ser uma visão diferenciada do que estamos acostumados, algo que já vale muito e deveria servir de lição para a Disney em seus próximos Live-Actions.